David Berkowitz, o Filho de Sam.


Na calada da noite, nos bairros mais afastados da cidade, havia um homem com loucura nos olhos e uma Charter Bulldog 44 nas mãos. Seu nome? O Filho de Sam.



Na madrugada de 29 de julho de 1976, Jody Valenti e Donna Lauria estavam conversando em um estacionamento, quando foram surpreendidas e baleadas, pelo primeiro homicídio de Berkowitz. Carl Denaro e Rosemary Keenan seriam surpreendidos nas mesmas circunstâncias poucos meses depois. 

A polícia, primeiramente, não admitiu a ideia de relação entre os crimes, ou estavam se distanciando da possibilidade de lidar com um serial killer, que consequentemente, geraria ainda mais pânico para os moradores do Bronx e Queens. Porém, a frequência e os reiterados padrões exigiam uma atitude imediata. 

Um homem, branco, entre 25 e 35 anos, estava certamente atirando em mulheres atraentes, jovens e de cabelos castanhos. O Filho de Sam já havia tirado a vida de 5 jovens e deixado outras 4 sobreviventes para descrever o horror. 

Apesar dos depoimentos dos sobreviventes, as autoridades policiais não conseguiram obter um retrato falado preciso do assassino do calibre 44. As diferenças eram absurdas e muitas vezes pareciam se tratar de pessoas completamente diferentes. Uma teoria, segundo o chefe do departamento de polícia responsável seria de que, quando se é baleado de surpresa, na escuridão da noite, tudo o que a vítima consegue lembrar é o clarão do disparo. Assim, o Son of Sam permaneceu invisível por um longo tempo. 

Em 1977, nos bairros de New York, o desespero assolou a vida de milhares de pessoas. Os salões se encheram de mulheres tingindo o cabelo de loiro e a força tarefa composta por 300 policiais entrevistaram cerca de 15.000 pessoas. Se um vizinho não gostasse do outro, então os policiais iam até lá para averiguar.

O terror se multiplicou com a chegada do aniversário de um ano do primeiro homicídio de David Berkowitz. O assassino endereçou uma carta ao detetive chefe perguntando o que o mesmo gostaria de presente para comemorar tal data. Todos já sabiam que o Filho de Sam atacaria novamente. As pontes foram fechadas e todos estavam a postos para capturá-lo. 

No Brooklyn, Valentina estava animada para sair com seu namorado Alexandre Esaú. A menina estava despreocupada pois havia acabado de tingir o cabelo de loiro. Então, ambos saíram do cinema e estacionaram em uma estrada deserta em frente ao mar. Próximo a meia noite, brincando nos balanços, ambos morreram baleados. Era Berkowitz atacando novamente. Desta vez, deixou um bilhete aos policiais. 


Foi um árduo trabalho da perícia para detectar as digitais do assassino, pois os agentes ainda inexperientes, tocaram no bilhete sem nenhuma proteção.

Após o aniversário de um ano, o chefe de polícia admitiu que nenhuma tecnologia do mundo conseguiria pegá-lo, mas sim o seu próprio ego. As cartas tornaram-se frequentes e Berkowitz estava cooperando com a própria investigação. 
As avaliações sugeriam, inclusive, esquizofrenia. Eram escritos de um louco, que havia perdido o contato com a realidade.

Paralelamente, o vizinho de Berkowitz, Sam Carr enviou a polícia as cartas que recebia do mesmo. Berkowitz havia atirado em seu labrador Harvey, com a afirmação de que o cachorro estava possuído por antigos demônios. Posteriormente, ele diria que recebeu ordens do próprio satanás para atirar em todas aquelas pessoas. 

A questão é que, juntamente com outras provas, como a arma do crime Charter Bulldog 44, origem militar e aparência, não restavam dúvidas acerca do assassino. David não ofereceu resistência e disse: “Vocês me pegaram” “Quem?” “O Filho de Sam”.


Questionado do motivo das mortes, Berkowitz era claro: “Pois eu sentia necessidade... Eu precisava”. 
O clamor da população pedia sua morte imediata, mas David fora condenado à 365 anos de prisão. A juíza do caso ordenou que este nunca deveria sair da prisão, sob qualquer hipótese e encerrou o julgamento. Atualmente, David é cristão declarado e considerado um preso “modelo”

“Fico magoado quando dizem que eu odeio as mulheres. É mentira. Mas eu sou um monstro... Eu sou o Filho de Sam”.

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