Dennis Rader, o assassino "BTK".


ATENÇÃO: Esse post contém imagens e/ou relatos de tortura e violência explícita, podendo ser para os mais sensíveis seriamente perturbador e não é recomendado para menores de 18 anos. Você foi avisado.

A pacata cidade de Wichita, localizada no estado americano do Kansas, constantemente marcada por fenômenos naturais, viria a se tornar palco para um terrível tornado que assolaria a cidade e desafiaria todas as autoridades e a mídia por décadas: o serial killer “BTK”.
“BTK” corresponde às iniciais de “Bind, Torture, Kill” (amarrar, torturar, matar) e, descreve a assinatura e o padrão comportamental doentio de Dennis Rader durante suas ações.  

Dennis Rader descrevendo uma das mortes durante o julgamento.
Dennis Lynn Rader, nascido em 09 de março de 1945, ao contrário da maioria dos serial killers, teve uma infância tranquila em um lar estável. Possuía alguns amigos durante o colégio, mas não era alguém notável. Nas horas vagas, se divertia caçando animais, entretanto, para a surpresa de seus colegas, Rader costumava torturá-los. Ninguém parecia associar esse comportamento a algo mais profundo.
Há muitas especulações sobre o que de fato levara Dennis a iniciar seus ataques, uma delas é que durante sua adolescência, ele era tomado por estranhos pensamentos eróticos que certamente os outros garotos de sua idade não tinham. Segundo relato, Dennis certa vez tivera uma discussão com uma professora, que o levou a ir até a casa dela. Ao chegar, viu que a mesma se vestia e, espiando pela janela e amarrado em cordas, ejaculou. Para os especialistas, a associação das cordas juntamente com o fetiche sexual incomum de sua mente doentia o levou a iniciar sua terrível carreira de assassinatos em série. 

Sobre o que o levara a cometer os crimes.
Segundo o relato de um antigo colega, Rader tinha duas personalidades completamente diferentes. Se por um lado era um marido e pai dedicado, membro da igreja lutherana, líder dos escoteiros e um respeitado funcionário público, o outro era em suas palavras “um completo animal”. 
Em 1974, a família Otero foi a primeira vítima da crueldade de “BTK”. Julie Otero foi amarrada e espancada, Joseph morreu asfixiado com sacos na cabeça e Josephine de apenas 11 anos estava seminua e enforcada no porão. Foi encontrado sêmen na cena do crime, indicativo de que estava realizando fantasias sexuais com as vítimas.  

Um de seus desenhos.
Poucos meses depois, “BTK” já havia realizado dois assassinatos, todos com a mesma assinatura.  Rader não suportava a ideia de que outros levassem os créditos pelos seus crimes. O que o fez enviar uma carta endereçada às autoridades policiais assumindo a autoria das mortes. A carta continha uma caligrafia péssima e incontáveis erros de ortografia. Fora publicada no jornal na manhã seguinte. “Olhe, este assassino comete o mesmo erro de português que você!” diria sua esposa. “Achei que tivesse que matá-la, mas ela nunca mais tocou no assunto” Dennis Rader confessaria mais tarde. 

Em 1979 Anna William recebeu um poema com título “Oh Anna! Why didn’t you appear?” (Oh Anna! Porque você não apareceu?) sugerindo que “BTK” esteve em sua casa, mas que fora embora por ela não estar presente.
“BTK” estudava as técnicas de outros serial killers e as aperfeiçoava. Não deixava pistas no local, agia com uma frieza inacreditável e um sadismo impressionante. Durante décadas deixou a polícia de Wichita e o FBI de mãos atadas e a então pequena cidade com uma atmosfera terrivelmente macabra. “Tudo o que se podia fazer era esperar pelo próximo crime.” 

“BTK” praticava auto-erotização, tirando fotos de si mesmo amarrado e com peças íntimas femininas. No mínimo perturbador. (Certa vez não conseguiu se soltar e pensou que seria pego).

Rader agiu por vários anos, até que em 1991 os assassinatos pararam. Ninguém sabe a razão para tal, alguns especulam que saciava sua loucura trabalhando como o “homem da carrocinha”, ou que estivesse morto. 
Em 2004 “BTK” contatou o jornal The Wichita Eagle e a polícia com desenhos, fotos e objetos pessoais das vítimas. Ridicularizava as autoridades por não conseguir detê-lo por tantos anos e deixava caixas de cereal (brincando com a palavra “serial” killer) com as iniciais “BTK”, juntamente com bonecas dispostas na mesma posição que suas vítimas foram encontradas. 

As vítimas de “BTK”.
Uma nova geração foi assombrada com um fantasma do passado. Até que “BTK” subestimou a tecnologia da época e enviou um disquete contendo fotos dos crimes. O FBI sabia que era sua chance de alcançá-lo e assim o fez, rastreando-o.
Em 2005 a prisão de Dennis Rader foi anunciada. Durante o processo, “BTK” assumiu 10 mortes com detalhes impressionantes. Não havia arrependimento, nem remorso. Falava com uma naturalidade de quem está passando uma receita de bolo, mesmo com todos os parentes das vítimas presentes, inclusive o filho de Shirley Vian, que ouviu sua mãe ser morta quando ainda era uma criança.  “BTK” fora julgado e condenado a 10 sentenças de prisão perpétua (175 anos) sem liberdade condicional.

Dennis Rader demonstrando todo o seu sentimentalismo perante o tribunal.
“BTK” teve sua macabra carreira como serial killer retratada no filme “Hunt for the BTK Killer” dirigido por Stephen T. Kay (mais informações aquialém de relevantes documentários a seu respeito.


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